Resultado do 2º Concurso Internacional Prisma Poético - 2016
1º LUGAR
O passo
Júlia Nunes Azzi (São Jerônimo - RS, Brasil)
Sempre que acordo eu desenho um riso
E pinto alegrias a contar
Me transmuto em máscara e sentido
Para pegar meu caminho
E enchê-lo do que sou
Pelas caladas de algum lugar
Pelas estradas de alguma fé
Ritmo do passo que finjo que dou
E no ralo do dia o riso se derrama
Me respinga toda do pó mais vulgar
Exausta dentro do ônibus
Marionete sem lar
Nem espelho inteiro que conte
Que ainda sem riso
Sem máscara, sem nada
Ainda posso ir e vou
Pelas caladas de algum lugar
Pelas estradas de alguma fé
Ritmo do passo que insisto e dou.
2º LUGAR
FÉRIAS...
Samu Saint (Vargem Grande - SP, Brasil)
Época que me faz sentir saudade das formalidades,
Da malícia dos olhares,
Das piscadas e pigarreios
Sinto falta dos sorrisos que não refletem pensamentos,
Dos acenos e cumprimentos,
Do calor dos ambientes cheios
Imersos em superficialidade,
Pregamos cegos nossas verdades,
Mas não conseguimos nos ouvir
Cheios de filtros e maquiagens,
Palavras doces e massagens,
Que efeito algum irão surtir
Amigos e fingidos, bajulai-me!
Necessito da vossa atenção
Do vosso aplauso barato,
Da vossa aprovação
Da ilusão dos elogios,
Sendo eles reais ou não
E tudo mais que possível,
Em retribuição,
As minhas pífias tentativas de perfeição.
3º LUGAR
Desatino
Cristiano Vieira (Rio Grande, RS - Brasil)
Ela sempre mirava
nos olhos;
Despertando anseios,
Desejos...
Mesmo de perto
Fitava o tudo,
E com olhar alheio
Segredos.
Assim constatava
Do que é distinto
A melhor parte...
Tornando próximo
O que já foi distante,
Como apenas ela sabe.
MENÇÃO HONROSA
Ansiedade
Valney Mascarenhas de Lima Filho (Salvador - BA, Brasil)
Passam as horas
Passa o tempo
Mas ainda existe algo
A se resolver.
Passa a dor e o desamor
Passa o dia e o calor
Só não passa o calafrio
E o aperto no peito.
Deve haver algo
A se resolver.
Um cigarro acesso
Desperta a calma absorvida.
Mas a fumaça esperta
Espera a hora
De afogar a esperança.
E ainda existe algo
A bater no fundo do meu peito
Que eu inerte desconheço.
MENÇÃO HONROSA
Algo de Novo ?
Marinho Abrahão da Gama Júnior (Rio de Janeiro - RJ, Brasil)
Há algo de novo pairando no ar ?
De cheiro bem forte
Sem nada a se comparar
Há algo de novo na rua de baixo ?
Com pessoas correndo
E de olhar cabisbaixo
Há algo de novo no noticiário ?
Com férias cortadas
E redução de salários
Há algo de novo no mundo ?
Com ar de antigo
E pés tão imundos.
Resultado do 1º Concurso Internacional Prisma Poético - 2015
1º LUGAR
O passo
Júlia Nunes Azzi (São Jerônimo - RS, Brasil)
Sempre que acordo eu desenho um riso
E pinto alegrias a contar
Me transmuto em máscara e sentido
Para pegar meu caminho
E enchê-lo do que sou
Pelas caladas de algum lugar
Pelas estradas de alguma fé
Ritmo do passo que finjo que dou
E no ralo do dia o riso se derrama
Me respinga toda do pó mais vulgar
Exausta dentro do ônibus
Marionete sem lar
Nem espelho inteiro que conte
Que ainda sem riso
Sem máscara, sem nada
Ainda posso ir e vou
Pelas caladas de algum lugar
Pelas estradas de alguma fé
Ritmo do passo que insisto e dou.
2º LUGAR
FÉRIAS...
Samu Saint (Vargem Grande - SP, Brasil)
Época que me faz sentir saudade das formalidades,
Da malícia dos olhares,
Das piscadas e pigarreios
Sinto falta dos sorrisos que não refletem pensamentos,
Dos acenos e cumprimentos,
Do calor dos ambientes cheios
Imersos em superficialidade,
Pregamos cegos nossas verdades,
Mas não conseguimos nos ouvir
Cheios de filtros e maquiagens,
Palavras doces e massagens,
Que efeito algum irão surtir
Amigos e fingidos, bajulai-me!
Necessito da vossa atenção
Do vosso aplauso barato,
Da vossa aprovação
Da ilusão dos elogios,
Sendo eles reais ou não
E tudo mais que possível,
Em retribuição,
As minhas pífias tentativas de perfeição.
3º LUGAR
Desatino
Cristiano Vieira (Rio Grande, RS - Brasil)
Ela sempre mirava
nos olhos;
Despertando anseios,
Desejos...
Mesmo de perto
Fitava o tudo,
E com olhar alheio
Segredos.
Assim constatava
Do que é distinto
A melhor parte...
Tornando próximo
O que já foi distante,
Como apenas ela sabe.
MENÇÃO HONROSA
Ansiedade
Valney Mascarenhas de Lima Filho (Salvador - BA, Brasil)
Passam as horas
Passa o tempo
Mas ainda existe algo
A se resolver.
Passa a dor e o desamor
Passa o dia e o calor
Só não passa o calafrio
E o aperto no peito.
Deve haver algo
A se resolver.
Um cigarro acesso
Desperta a calma absorvida.
Mas a fumaça esperta
Espera a hora
De afogar a esperança.
E ainda existe algo
A bater no fundo do meu peito
Que eu inerte desconheço.
MENÇÃO HONROSA
Algo de Novo ?
Marinho Abrahão da Gama Júnior (Rio de Janeiro - RJ, Brasil)
Há algo de novo pairando no ar ?
De cheiro bem forte
Sem nada a se comparar
Há algo de novo na rua de baixo ?
Com pessoas correndo
E de olhar cabisbaixo
Há algo de novo no noticiário ?
Com férias cortadas
E redução de salários
Há algo de novo no mundo ?
Com ar de antigo
E pés tão imundos.
Resultado do 1º Concurso Internacional Prisma Poético - 2015
1º LUGAR
Cansei-me
Ademar
Inácio da Silva (Uberlândia - MG, Brasil)
Cansei-me de
ser
a epopeia de
Camões,
a garota de
Vinicius,
a pedra de
Drummond.
Recuso-me
navio negreiro,
como me
renego fingimento de Pessoa,
a canção
desesperada de Neruda
e a lírica voz
de Cecília.
Cansei-me de
ser luar,
estrelas,
azul
e mar.
Cansei-me de
ser amar.
Dispenso dar
razão
a erguer de
taças,
repudio-me
alimento das traças.
Longe de mim
ser
o mármore
orvalhado
a cobrir a
tumba fria.
Já ninguém
me abraça,
ninguém me
acaricia.
Cansei-me de
ser poesia.
2º LUGAR
Indiferença
Urbana
Gleidston
César Rodrigues Dias (Lisboa - Portugal)
Não
cumprimento:
o carteiro
o coveiro
a doméstica
o porteiro
o vizinho
o motorista,
sou a pressa
em pessoa.
Não tenho aonde ir,
mas ninguém sabe.
Raramente pertenço
a algum lugar ou amigos,
porque estou sempre
ausente no tempo.
poucas vezes
sou aquilo que revelo.
Às vezes cumprimento-me
fruto de algum ato de sanidade,
mas na maioria das vezes
nem a mim mesmo conheço,
sou um estranho, um reles.
Digo ao mundo
que não preciso de ninguém.
Ah! Como isto é uma mentira,
mas quem se importa?
Adoro pessoas,
daquelas que exalam
felicidade, sorriso e vida.
Mas raramente as encontro.
Vejo diariamente as que são iguais,
e não nos falamos
nem nos tocamos,
sabemos que existimos,
mas ignoramo-nos.
Porque o nosso mundo vazio
está repleto de coisas efêmeras
das que nos preenchem
com nada,
que nos fazem correr
de um lado para o outro
como se fôssemos importantes.
3º LUGAR
Acorda
Sara
Baptista (Portugal)
Acorda,
escuta o exterior,
Levanta-te,
abre a janela,
Sorri,
dissipa essa dor,
Sai, não
penses mais nela
Nela, na
vida,
Cheia ou
arrependida,
Vê o voo dos
pássaros,
Torna-te um
dos raros,
Um dos que
sorri em complacência,
Que ajuda
sem pensar,
Sem
meias-palavras ou insignificância,
Ou por mero
destabilizar,
Acorda e
respira,
Pensa no teu
mundo e nos outros,
Aprecia e
firma os punhos,
Torna-te no
que te inspira.
MENÇÃO
HONROSA
Mundo Paralelo
Isabel
Furini (Curitiba -PR, Brasil)
no mundo dos
sonhos
escorrego
pelo bueiro
dos medos
e surgem os
pesadelos
abismos e
caídas
escorpiões e
lobos
sem saída
corro rumo
as montanhas
rastejam
entre as arvores
sombras
decapitadas
avançam as
trevas
nas horas da
madrugada
alguém
pronuncia o meu nome
abro os
olhos
e percebo
que estou sozinha
no único
quarto da casa
MENÇÃO
HONROSA
Definição
Márcio Dison
da Silva (Florianópolis - SC, Brasil)
Há um
morango mofado entre nossos frutos
O garrancho
no meio das vogais.
Há um absurdo
em nossos diálogos
O desarranjo
que inibe as espirais.
Há uma taça
quebrada entre nossos brindes
O escracho
no seio dos desiguais.
Há um
apêndice sobre nossas empatias
Os
preâmbulos de histórias sem finais.
Há vidas
entrelaçadas ao presente que se dilui
O corpo da
poesia pretérito putrefeito.
Há o verso
perversamente derradeiro
ode ao que
sou, ao que és e ao que fui.